Jamais me iludi! O voto, acanhado e sem convicção do Desembargador, José Ricardo Porto, na noite de ontem (11) é apenas parte de um cenário que coloca o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba como uma espécie de cúmplice no caso Empreender Paraíba.

Francamente, não acho que o relator mereça ser “crucificado” por considerar “normal” contratar uma multidão de codificados às vésperas das eleições, tampouco por enxergar com benevolência a distribuição de R$ 31 milhões em empréstimos a perder de vista. Jamais esperei outra coisa de uma Corte que espera um governador terminar seu mandato para julgá-lo por conduta vedada e abuso e Poder. Ao deixar o processo mudar de mão 6 vezes, TODA a Corte Eleitoral acobertou qualquer ato que tivesse comprometido as eleições de 2014.
Entenda o leitor que chegou a se pedir a suspensão do programa Empreender Paraíba durante as eleições, mas o TRE ignorou o potencial deste programa de crédito e deixou tudo correr frouxo.
Mesmo após o pedido de vista e a multa de R$ 50 mil para o ex-governador, o TRE só corrobora a tese daqueles, entre os quais me incluo, que defendem a extinção da Justiça Eleitoral.
Como diabos a mesma Corte é capaz de manter o ex-prefeito de Bayeux, inelegível por contratar meia dúzia de gatos pingados em período vedado e colocar panos quentes em situação semelhante no governo do Estado, mas em número bem maior?
A mim o TRE nunca convenceu!
Faço esta crítica como eleitor e contribuinte que considera lamentável o serviço prestado a comunidade por estes servidores públicos, sejam eles autoridades ou não estão sempre passíveis de críticas.
Mesmo sendo uma vergonha essa decisão do TRE, uma coisa tem de positivo em tudo isso, é que o TRE vem se tornando cada vez mais uma grande escola de teatro e fortalecendo a tese de que o que lá prevalece é o jeitinho brasileiro e não a lei.