Os últimos meses de 2018 já anunciavam que este ano seria marcado por profundas mudanças no cenário político da Paraíba, mas poucos ousariam prever que tantos escândalos chegassem à tona em 2019.
O ex-governador, Ricardo Coutinho (PSB), assistiu seu governo, ou pelo menos a cúpula dele, ser acusado de associação com uma organização criminosa que drenava recursos da Saúde para enriquecimento ilícito dos envolvidos e financiamento de campanhas. A revelação ocorreu na 2ª Fase da Operação, no dia 1º de fevereiro, após a prisão de Leandro Nunes, ex-assessor da então secretária de Administração, Livânia Farias, que revelou ter recebido R$ 900 mil em propina da Cruz Vermelha (O.S. que administrava o Hospital de Trauma de João Pessoa) para pagar fornecedores de campanha.

Já no dia 16 de março, Livânia Farias é presa na 3ª Fase da Operação Calvário, colocando seus ex-aliados “em parafuso” após ganhar a liberdade provisória diante de um acordo de colaboração com a Justiça (delação premiada).
Em 30 de abril a servidora pública da PGE e coordenadora financeira da campanha do governador, João Azevedo, Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro, é presa enquanto 18 mandados de busca e apreensão são cumpridos em endereços ligados ao governo da Paraíba. Na madrugada, às pressas o governador exonerou o procurador geral da Paraíba, Gilberto Carneiro da Gama, e o secretário de Planejamento,Orçamento e Gestão, Waldson Dias de Souza (o primeiro alvo de busca em sua residência).
Para completar a má fase dos socialistas, com a perda do foro privilegiado, foi remetida Justiça da Paraíba processo que tramitava no STJ, em que o ex-governador Ricardo Coutinho, era investigado por suposta participação no assassinato do servidor público, Bruno Ernesto (executado em 2012). Nesta quinta-feira (09) após saberem que a promotoria apresentou parecer pelo arquivamento do caso, os pais de Bruno Ernesto resolveram pedir o impedimento de promotor e da juíza que atuam no processo por suposto envolvimento com o acusado.
Em resumo, é difícil prever o que acontecerá nos próximos dias, já que há uma semana os “girassóis” (apelido dos militantes e lideranças do PSB na Paraíba) ensaiam uma reação que envolve acusação de parcialidade da imprensa e insinuações sobre espetacularização por parte do MPPB, que verdade seja dita, tem uma atuação pra lá de discreta no caso.
Como diria o pescador: onde se cava tem minhoca.